10 abril, 2010

SS GIRLS (1977)


SS GIRLS
Gênero
: Nazi Exploitation (Euro Trash) Ano: 1977 País: Itália Com: Gabriele Carrara, Macha Magall, Marina Daunia Direção: Bruno Mattei

Sobre o que é
É 1944 e a Alemanha está perdendo a guerra. Hitler está desesperado para identificar conspiradores em potencial.  Para cumprir com essa missão, o fanático pseudo-religioso Hans Schellenberg (Gabriele Carrara) é enviado para armar  um pequeno bordel para o entretenimento de oficiais nazistas de alto escalão. Usando de suas habilidades eróticas (na verdade, nem tanto) para aprender o que os subordinados realmente pensam sobre o Führer (como se fosse necessário...), as voluntárias para a missão entregarão todos os alcagüetes. Cabe ao zeloso Schellenberg ser júri e executor dos traídores descobertos...

Coisas para se ver no filme
- Grupo de euro-whores gordinhas, peludas e com seios murchos por quem todos os nazistas fariam qualquer coisas (sabecomoé, lá no front só tem homem)
- Um Papa nazista gay.
- Gabriele Carrara "interpretando" como se estivesse sendo eletrocutado
- Marina Daunia no típico papel de gostosa-com-cicatriz-que-se-torna-sádica. Ela fica se masturbando por boa parte do filme, já que só tem o que fazer no final
- Já falei do Papa nazista gay?
- Apologias gratuitas em favor dos americanos: profundidade psicológica pra quê?
- Cenas de lesbianismo gratuito
- Cenas de comédia involuntária (eles realmente estão levando isso a sério)
- UMA cena em italiano. Afinal, alguém TINHA que explicar o que aconteceu com o bebê (que bebê?) de uma das vagabundas (qual delas?), não é mesmo? O problema é que daí já não tinha mais verba pra contratar dubladores...
- Cenas aleatórias de OUTRO filme sobre a II Guerra Mundial
- Cortes de cabelo e maquiagens tão anos 70 que parece que todos estão estão numa bela festa a fantasia
- Um Papa nazista gay. É sério.

O que eu aprendi vendo SS Girls
- NUNCA, mas jamais, tire sarro da gostosa com cicatriz no corpo. Afinal, ela ainda é gostosa. E pode virar uma vaca se ficar magoada
- Tomar conhaque com pouco de sangue pode me levar a ver fantasmas durante a madrugada. Melhor com gelo
- Caso algum dia tenha achado Marilyn Manson original, melhor esquecer. Gabriele Carrara já se vestia de Papa gay muito antes dele
- Não é uma boa imitar Hitler numa festa Nazista
- O treinamento secreto para descobrir tudo sobre alguém é: "Agora que você satisfez seus institos, cote-me todos teus segredos!"
- É melhor pensar no que fazer com o bebê ANTES de dispensar os dubladores

Fator Kitsch: ESTRATOSFÉRICO
Afinal, com um PAPA NAZISTA GAY, um quarto com cada parede forrada por símbolos nazistas e vários bibelôs em forma de suástica, não dava para querer menos, né?

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Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
ATENÇÃO: Filme dublado em inglês sem legendas (e com uma cena em italiano!)
Use o HJSplit para juntar os arquivos

06 novembro, 2009

FEMALE PRISONER #701 SCORPION



Gênero: Women in Prison
Ano: 1972
Com: Kaji Meiko, Yokoyama Rie, Isao Natsuyagi, Fumio Watanabe, Yayoi Watanabe, Yoko Mihara 

Direção: Ito Shunya 

Argumento: A jovem Matsushima Nami é presa após o homem por quem se apaixonou - um policial de narcóticos - usá-la como isca para prender traficantes e acusá-los de estupro. No julgamento, Matsu não testemunha contra seu ex e o empresário com quem ele tem acordos escusos. Sabendo das inúmeras confusões que ela arranja na prisão e temendo por sua fuga, o policial contrata outra detenta - Katagiri - para acabar de vez com Matsu.

Plano geral: O filme é a estreia na direção de Ito Shunya, que dirige também as duas continuações imediatas da quadrilogia original. Female Prisoner 701 Scorpion é uma série com nove filmes, o último de 1998, e talvez um dos mais conhecidos exemplares no Ocidente dos pinku eiga da Toho. Este gênero de filme - "filme cor-de-rosa", também conhecido como pink violence - é um marco no cinema japonês contemporâneo. Neles, as mulheres são alçadas à condição de heroínas e vilãs, retirando-as de sua tradicional função periférica nos filmes de ação e aventura, até então ainda presos ao drama histórico, calcado no Kabuki. É passo essencial para obras modernas como Machine Girl e Yo Yo Girl Cop.

Direção: O debut de Shunya é em grande estilo. Logo na primeira cena, contemplamos a formatura de oficiais. O alarme soa, anunciando que alguém fugiu da prisão, o que faz com que os policiais partam em disparada. Entre os pés dos policiais correndo, o regulamento da Polícia é pisoteado por todos. Que maneira melhor para sabermos que estes policiais, afinal, não seguirão nenhum princípio de direitos humanos?

Luzes: Talvez tenha sido o que mais me encantou em Female Prisoner 701 Scorpion: o uso que Shunya faz das cores e luzes, transformando em poesia um filme que outro faria banal. Na esteira de diretores como Suzuki Seijun (Branded to Kill), Ito usa as cores para indicar as emoções e ações de alguns personagens: raiva (vermelho), vingança (verde), loucura (azul). A cena em azul é a mais interessante: após ser traída e ferida por Matsu, outra garota enfurece-se ao ponto de tornar-se um 'yokai', um demônio japonês: ela aparece maquiada e pintada como estes demônios da cultura japonesa. Os sons se transformam em ruídos assustadores e um plano com grande profundidade de campo - um corredor de detentas, com o diretor do presídio ao fundo - remete Matsu às suas duas alternativas: ou prosseguir na prisão, ou morrer nas mãos de um demônio. Belíssimo.

Palco: Outra experimentação de Shunya é a junção de duas ou mais cenas no mesmo cenário. A cena em que Matsu é estuprada - que já é belíssima por contar com piso transparente e filmar ação de baixo - troca o fundo com um giro de palco: o policial corrupto gira a parede para se encontrar com seu chefe, em primeiro plano, enquanto Matsu continua no chão, chorando. Outra cena impressionante é a em que o casal transa: o policial desenrola - literalmente - Matsu do lençol, que gira pelo chão enquanto vai se desnudando.

Tortura: Gênero é gênero. E a cartilha do filme W.I.P. reza que deva existir cenas de torturas, sexo lésbico e banho coletivo. Obviamente, aqui tem tudo disso. Enquanto é torturada, Matsu apenas sorri, raramente se queixando de dores. Ela é queimada com sopa, com uma lâmpada, obrigada a trabalhar até a exaustão e torturada coletivamente. Quanto ao sexo, a cena é bem bacana e não é explícita quanto outros filmes do gênero. O último plano da cena coloca Kitoh, nua, aos pés de Matsu implorando por mais toques da heroína. Se torna uma boa metáfora da posição de Matsu dentro da prisão em relação aos policiais, pois, na verdade, Kitoh é agente infiltrada.
Depois de tudo: Female Prisoner 701 Scorpion é o primeiro "Gatas atrás das grades" (W.I.P., de Women in Prison) sério que vejo. A própria aparência da prisão e das detentas aponta isso: não são mulheres de aparência grotesca, que transformam assistir ao filme em martírio, tampouco são modelos impecáveis que denunciam por sua falsidade. A prisão é suja e velha e as mulheres são normais, raramente lindas, muitas vezes comuns e estúpidas. Junto a esse ponto de realismo, a poética visual de Shunya é impressionante. Enquanto todas as cenas características do gênero estão lá, como estupro, violência, policial sádico, etc., o enredo não perde o foco: Female Prisoner 701 é sobre VINGANÇA. Não é a toa que a atriz que interpreta Matsu, Kaji Meiko, também cantora, interprete duas músicas na trilha sonora de Kill Bill, incluindo o tema deste filme, "Urami Bushi" ('Música da vingança'). Porém, Matsu só se transforma neste anjo vingador no final, limitando o resto do filme à promessa de vingança. A espera, é claro, vem acompanhada de estupros coletivos, lutas de meninas, sado-masoquismo e por aí vai...

24 novembro, 2007

I KNOW WHO KILLED ME


Gênero: Terror porno-tortura

Ano:
2007

Com:
Lindsay Lohan, Julia Ormond, Neal McDonough, Brian Geraghty

Direção:
Chris Sivertson

Argumento:
Uma cidadezinha idílica é virada de pernas pro ar quando Aubrey Fleming (Lohan), uma brilhante e promissora jovem, é raptada e torturada por um sádico serial killer. Ela consegue escapar e, após recobrar a consciência no hospital, insiste que não é Aubrey, mas sim Dakota, uma stripper sem futuro. 

Depois de tudo: O filme mais grenal que alguém pode ver. Imagino a sala de pré-produção de I Know Who Killed Me: "Assim, elas são duas, tá ligado? Então... tudo que se refere a uma delas é azul, e tudo o que se refere a outra é vermelho, saca?". Provavelmente o produtor deve ter dito algo como "G-E-N-I-A-L!". Agora sério: essa é a idéia mais esdrúxula que alguém poderia ter em relação a linguagem cinematográfica. Uma coisa é utilizar a fotografia e a iluminação com gelatina para criar cenas diferentes, com atmosferas diferentes - e até introduzir um código visual referente a estas cores, como acontece em The Descent - outra é abusar do figurino e das locações propositalmente coloridas. Soa falso. Por exemplo, o carro de Aubrey é azul. O iPod de Aubrey é azul. Aubrey veste roupas azuis. O quarto de Aubrey é azul. O namorado de Aubrey tem olhos azuis, usa luvas azuis e jaqueta azul. Aubrey ganha do namorado uma rosa azul. O time de futebol do colégio de Aubrey é azul. O notebook de Aubrey é azul, assim como seu caderno e sua lapisera. Também é azul a cor da lâmina das facas do bandidão. Já as roupas de Dakota são vermelhas. O esmalte das unhas de Dakota é vermelho. A casa de Dakota é vermelha. As roupas de cama de Dakota são vermelhas. O bar onde Dakota dança tem iluminação - advinhe! - vermelha. Entenderam? Chato, não é mesmo?

Para além da overdose cromática, o filme até é legalzinho: a história é previsível, mas torna-se interessante pelos fatos (verídicos!) nos quais foi baseada. A história sobre os irmãos gêmeos estigmatizados (que sofrem danos físicos simultaneamente e na mesma região) e a história sobre a previsão na ficção de um mistério que depois torna-se real (como aconteceu com o Titanic, previsto 14 anos antes pelo romancista inglês Morgan Robertson em seu conto Futility) já faz parte da coleção moderna de mitos "inexplicáveis". E, ceticismo de lado, todo o mito é um inesgotável repositório de idéias para autores antenados. Poderia dizer que o roteiro - mesmo bobinho - é o que salva I know who killed me, mas estaria sendo injusto com Lindsay Lohan que - além de linda - tem se mostrado uma habilidosa atriz. 

Roteiro: 6 Atuação: 7 Direção: 6 Fotografia: 3 
Total: 55% 

Lendo hoje, acho esta a pior das resenhas desse blog. Bem banal. Nos dois anos que estive longe do blog - mas continuei fichando os filmes - comecei a achar idiota esse lance de dar nota. É algo meio sem parâmetros. Até por que se acho um filme 90% hoje, amanhã posso achá-lo 60%. Portanto, não esperem por mais notas da minha parte.

14 outubro, 2007

FEAST, 300, THE LAST KING OF SCOTLAND

FEAST

Gênero: Terror 

Com: Balthazer Getty, Henry Rollins, Navi Rawat, Krista Allen, Judah Friedlander, Josh Zuckerman, Jason Mewes 

Direção: John Gulager 

Argumento: Um bando preso dentro de um bar é forçado a lutar contra monstros. 

Depois de tudo: Apesar da idéia simples, o conjunto de personagens de Feast torna tudo mais interessante. Henry Rollins como o incentivador profissional está ótimo - ainda mais quando morre vestindo calças cor-de-rosa. Outra BOA surpresa é Krista Allen, como uma mãe que perde seu filho e luta contra as criaturas com grande determinação. O personagem principal, Bonzo, parece um mala: mas é pra lá de simpático. Decisão interessante da direção é a forma como os personagens são apresentados: com uma tela congelada, uma música característica, e inúmeras descrições, tais como nome, ocupação, fato interessante e expectativa de vida - nem sempre verdadeira. O filme brinca com todos os clichês do gênero "Dusk 'till Dawn" sem ser maçante. Assim como o Drink no Inferno, não há explicação alguma sobre o que e quem são as criaturas, como elas chegaram lá, o que elas querem, etc. Estão lá apenas como desculpa para uma hora e meia de bom divertimento. Recomendado! 

Idéia: 6 Atuação: 7 Roteiro: 7 Direção: 8 
Total: 70%


THE LAST KING OF SCOTLAND

Gênero: Drama 

Ano: 2006 

Com: James McAvoy, Forest Whitaker, Kerry Washington, David Oyelowo, Simon McBurney, Gillian Anderson 

Direção: Kevin MacDonald 

Argumento: Médico escocês parte para Uganda a fim de prestar assistência humanitária e é nomeado médico particular de Idi Amin, presidente daquele país.

Depois de tudo: Baseado na história do brutal governante ugandense Idi Amin, o longa de MacDonald é sustentado pela desenvoltura com que Forest Whitaker desenvolve seu trabalho. Sujeito afeito a papéis contidos e delicados (como o de Traídos pelo Desejo), Whitaker floresce como o violento Amin, com sua personalidade autoritária e paranóica. Contrapõem-se ao humanitário, jovem e inconsequente Nicholas (McAvoy), que torna-se médico particular do presidente de Uganda. A história é aquela de (quase) sempre quando a África visita Hollywood: o olhar branco sobre os nativos pretos. Infelizmente, não foge disso. Quando Nicholas - que vivia o conto de fadas branco na África, rico e mimado - depara-se com as atrocidades cometidas por seu chefe, entra em crise de consciência e decide partir do país. É então confrontado pelos homens fiéis de Amin, que "insistem" na sua permanência. É nessa história que o longa derrapa: a necessidade de urgência da partida e a gravidade dos fatos que Nicholas "descobre" não se fazem sentir - parece apenas que Nicholas entrou em conflito pessoal e decide largar o barco, mas sabemos que é bem mais do que isso. Outra coisa complicada: o filme não consegue situar-se no tempo. Do jovem Nicholas chegando em Uganda, aos mimos ganhos, à decadência moral e à fuga dá-se a impressão que passaram-se semanas. Não se engane: os fatos descritos no filme se passaram durante cinco anos. Podia ser melhor: serviu para Hollywood corrigir uma injustiça e premiar Whitaker pelo belo conjunto de sua obra.

Roteiro: 7 Atuação: 9 Direção: 6 Fotografia: 7 
Total: 72%

07 outubro, 2007

SHORTBUS

Gênero: Drama, Romance

Ano: 2006

Com: Sook-Yin Lee, Paul Dason, Lindsay Beamish, PJ DeBoy, Raphael Barker, Peter Stickles, Jay Brannan

Direção: John Cameron Mitchell

Argumento: Um grupo de nova-iorquinos, com problemas sexuais que afetam seu modo de compreender o mundo ao redor, encontram-se numa boate infame pela sua mistura de arte, música, política e sexualidade.

 

Plano Geral: "Shortbus" começa chocante já na primeira cena, onde James (Paul Dawson), mija dentro de uma banheira, caminha até a sala completamente nu (em plano aberto), faz um boquete em si mesmo e goza em seu próprio rosto. Incomodado? Não precisa ficar: o resto do filme é uma história muito bonita sobre amor, sexo, relacionamento, o isolamento, e como as pessoas vêem a si mesmas. Por exemplo, James (Dawson) é um cara que parece ter tudo o que o romântico Caleb (Stickles) gostaria da vida: um relacionamento bem estabelecido e o amor sem limites de seu companheiro, Jamie (PJ DeBoy). Mesmo assim, encontra-se num profundo vazio, desgovernado e sem perspectivas: sente falta dos tempos de michê, quando "sabia exatamente o quanto valia". Lentamente planeja, então, o seu suicídio - mas nega-se a deixar este mundo sem antes encontrar um novo parceiro (Brannan) para Jamie. Sua dor só não é maior do que a de Sofia (Lee), uma terapeuta de casais, casada e com uma vida aparentemente estável ao lado de seu marido Rob (Barker), que nunca atingiu o orgasmo. Isto cria uma melancolia nela, que acredita-se incapaz de atuar no mundo com desenvoltura. Encontra em Severin (Beamish), uma dominatrix com baixa auto-estima e incapacidade de manter relacionamentos, escape para sua angústia. Na troca de confidências com Severin e nas experiências que vive no clube noturno Shortbus, conhece todo um mundo novo que sua rigidez sino-canadense a negou.
Nota: 8


A psicóloga Sofia e sua incansável busca pelo prazer


Roteiro: A teia de relacionamentos entre os personagens, que encontram-se no Shortbus, é um dos méritos do filme. A história se desenvolve por ela mesma, aproveitando cada deixa de cena para investigar um outro personagem, percorrer uma volta e então retornar ao ponto de origem. Interessante. Os personagens, pela vivacidade inserida neles, acabam nos parecendo simpáticos logo de início. O casal James e Jamie é muito interessante, assim como a idéia do protetor Caleb; da mesma forma, a dominatrix Severin e a sua "incapacidade de comunicação" com outros seres humanos criam um retrato atual de uma geração individualistamente hedonista e despreocupada que vive isolada. Já Sofia persegue com tanto afinco sua capacidade de atingir prazer, para assim "curtir" o mundo, que sua busca tem um ar maroto de quixotismo. Entenda: Sofia não é uma personagem egoísta ao buscar seu próprio prazer; ao contrário, assim o deseja pois - acredita - todas as mulheres já atingiram o orgasmo uma vez na vida, exceto ela. Ela não quer ser comparada; quer ser igual, nunca diferente. Não surpreende, então, que acabe entrelaçada num relacionamento com um casal. É a crítica mais perceptível do filme: da antiga e moralista família sino-canadense ao liberalismo hedonista e cosmopolita nova-iorquino.
Nota: 9

Atuação: Reza a lenda que Mitchell definiu os personagens e muito do roteiro junto com os atores e a equipe. Antes de definir elenco, Mitchell só possuía as linhas gerais: fazer um filme de sexo onde este era retratado de forma realista e otimista, e não com o ranço pessimista que Hollywood normalmente o reserva. Nomes, características e ideais dos personagens foram definidos pelos próprios atores, junto ao diretor. Resulta que o filme parece mais um documentário experimental do que propriamente um filme. Todos os atores vestem-se de seus alter-egos apenas para idealizar uma porção de si; na tela agem com extrema naturalidade. Ator e personagem se confudem para exprimir o abafado grito por atenção do diretor. Realmente fascinante.
Nota: 9


Severin, a dominatrix com baixa auto-estima


Direção: John Cameron Mitchell já havia se provado um exímio diretor e roteirista em Hedwig (que me deu vontade de rever, aliás) e aqui se mostra ainda mais afiado. A sucessão de "episódios", cada um envolvendo um dos personagens, mantém um frescor no filme, que nunca enjoa. Se para uns algumas cenas parecem chocante, saiba que apenas é um modo de Mitchell se revoltar ao sistema - que o diga a primeira cena de sexo regada ao hino norte-americano. No mais, o sexo é exibido como ingrediente das relações entre os personagens e, apesar de explícito, não é gratuito. Por isso, Shortbus rejeita a etiqueta de pornográfico. Não é nem excitante.

Outros itens essenciais e indispensáveis à história de Mitchell são a fotografia e a trilha sonora. Belamente composta por artistas como Scott Matthew (um dos "Seatbelts", das ótimas trilhas dos animês Ghost in the Shell e Cowboy Bebop) e Yo La Tengo - com composições originais para Shortbus -, a música complementa a narrativa. A beleza e sutileza da canção "Language", de Matthew, durante uma cena de diálogo sobre o surgimento da Aids em NY é emocionante. Assim como a música final, "In the End", cantada pela drag queen Justin Bond na companhia de uma banda marcial. Quanto à fotografia, Mitchell trabalha com muito desempenho o espaço apertado do Shortbus ao criar ambientes diferentes com iluminações distintas. Consegue transformar um ambiente naturalmente polêmico num lugar aconchegante, e esse "aperto" que sentimos acaba nos deixando realmente em casa. Algumas cenas, aliás, são dignas de Pasolini e seu "Salò".

Por fim, não poderia deixar de mencionar duas decisões interessantes do diretor: mostrar NY através de uma maquete colorida de "caixinhas de remédio", que dá ao longa um ar onírico, e manter a presença do desastre de 11 de Setembro sem citá-lo diretamente - os constantes cortes de luz, o sentimento de finalidade dos personagens e dois buracos vazios na paisagem da maquete são mais do que suficiente.
Nota: 10

Total: 90%

Depois de tudo: "Queria usar o sexo como a música em "Hedwig - Rock, Amor e Traição" [seu primeiro filme], uma metáfora para revelar os personagens sem usar palavras. Por isso não se pode comparar "Shortbus" a um filme pornográfico. Poucas pessoas se excitam sexualmente ao vê-lo, e, quando isso acontece, é algo periférico. A idéia não é chocar ou excitar. Quando ele termina, a última coisa em que se pensa é no sexo. Como no fim de uma relação boa. Diferente do que se sente após ficar apenas uma noite com alguém." O próprio Mitchell já disse tudo que tinha para dizer. Quem não tiver preconceitos e frescurinhas, assista!

04 outubro, 2007

THE DESCENT

Gênero: Terror 
Ano: 2006 
Com: Shauna Macdonald, Natalie Jackson Mendoza, Alex Reid, Saskia Mulder, MyAnna Buring, Nora-Jane Noone 
Direção: Neil Marshall 

Argumento: Um ano após um acidente que matou seu marido e sua filha, Sarah encontra-se com cinco amigas para explorar uma caverna. A aventura começa a dar errado quando um caminho desmorona, deixando-as presas embaixo da terra. Em busca de uma saída, elas deparam-se com criaturas sedentas por sangue. Enquanto sua amizade se deteriora, elas encontram-se numa luta desesperada pela sobrevivência. 

Atuação: Todas as garotas vão muito bem - e são extremamente bonitas. São mulheres modernas: independentes, com controle de sua vida pessoal e profissional, emocionalmente estáveis (apesar do trauma por qual Sarah passou) e fortes, mesmo quando colocadas em situações extremas. O acidente de Sarah (Shauna Macdonald) é o elo que liga todas, e principalmente Juno (Natalie Mendoza), a viciada em adrenalina que lidera o grupo. O acidente, aliás, é usado como desculpa pela "perda de controle" existente no final - o que torna tudo muito plausível, afinal. 

Roteiro: Neil Marshall não se entrega ao terror logo de cara. Ele constrói um trauma - a perda da família -, reune as amigas novamente, gasta um pouco de tempo falando em suas ambições, namorados, expectativas de vida, etc, até atirá-las dentro da caverna. Dentro do pesadelo. Mesmo lá dentro, a coisa acontece aos poucos. Chegamos a pensar que não é necessário de monstros para tornar a aventura angustiante e perigosa. Mas quando eles aparecem, ficamos ainda mais satisfeitos. O final - apesar de muitos não aprovarem - é simplesmente fantástico. Confesso que fiquei com vontade de ver um final mais "hollywood", mas realmente está bom como está. 

Direção: Neil Marshall (do descontraído Dog Soldiers) tem um desempenho soberbo. O filme vai construíndo um clima desesperador com eficiência. A fotografia é outro grandes destaque: belíssimas locações e belíssimas cenas, Há uso inteligentíssimo da luz: do começo "frio" e azulado acima da superfície; à descida amarelada e cada vez mais sombria; ao aparecimento das criaturas, numa sucessão de cenas quentes (vermelhas), mornas (verdes) e frias (azul, novamente). A sacada da câmera de mão - o verde mais "frio" do filme - é muito bacana. Marshal cria um "código" de identificação com as cores para você saber qual dos grupos está acompanhado no momento. As lutas entre elas e as criaturas - frágeis, mas nem por isso menos ferozes - são bem desempenhadas e assustadoras: imploramos para que elas dêem um tempo. Há um paralelo entre a descida pela caverna e o "subida" da velocidade dos acontecimentos: quanto mais elas descem, mais rápido suas vidas são postas em jogo. Soberbo. 

Depois de tudo: Neil Marshall conseguiu um feito extraordinário: juntar uma premissa que parece simples (um grupo de amigas reúnem-se para explorar uma caverna) e transformá-lo num filme apavorante. Tudo funciona bem em The Descent: roteiro, atuações, roteiro, fotografia. Mas funciona principalmente por que conseguimos criar empatia pelas personagens - elas são excepcionalmente bem trabalhadas.

Fiquei tentado em comentar o cartaz do filme: 

"Do mesmo estúdio que trouxe SAW e HOSTEL" - eles deveriam se envergonhar disso, e não o contrário! 

"O melhor thriller de horror desde Alien" - provavelmente! 

"O mais assustador filme de terror em anos" - com certeza: se não é isso, fica perto.


Numa palavra: FANTÁSTICO! 

Personagem favorita: Sarah, sem dúvida!





THE REAPING


Gênero: Terror da Dark Castle

Ano:
2007

Com:
Hilary Swank, David Morrissey, Idris Elba, Annasophia Robb, Stephen Rea.

Direção:
Scott Glosserman 

Argumento: Katherine Winter (Swank) é uma ex-missionária católica que perdeu sua fé em Deus após a morte de seu marido e sua filha no Sudão. Cientista renomada, com a ajuda de seu assistente Ben (Elba), ela investiga fenômenos religiosos com o intuito de desmacará-los. Certo dia, ela é convidada a ir a cidadezinha de Haven, em Louisiana, onde a água do rio virou sangue após a morte misteriosa de um garoto. Após sua chegada, cada uma das pragas bíblicas toma conta da cidade, opondo-se à fé de Katherine. O elo de todo o fenômeno parece ser a misteriosa Loren (Robb), irmã do garoto morto. 

Sinopse: A idéia das dez pragas bíblicas é muito bacana. Obviamente, precisa de uma boa dose de dinheiro para se produzir tanto efeito especial - exclusivamente por isso, acredito, não foi mais explorado pelo cinema de terror. The Reaping explora bem a idéia. A virada do final transforma a coisa toda num pastiche de Cidade dos Amaldiçoados com Constantine - mas, nem por isso, não deixa de ser interessante.
Nota: 8 

Atuação: Hilary Swank é ganhadora de dois Oscars, e filmes de terror não "oscariza" ninguém. O que ela está fazendo aqui, então? Com certeza, carregando The Reaping nas costas. Ela é de longe a melhor atuação da fita. Idris Elba, como Ben, é carismático, tem personagem bem construído, e até chegamos a torcer por ele no final. Coisa rara em filme de terror: o personagem negro sempre é um dos primeiros a morrer. Stephen Rea faz uma ponta como um padre missionário da antiga legião de Katherine. É um ótimo ator, sempre magnífico em cena, mas aqui parece meio afetado. Na verdade, entra no clima da produção: todo mundo é meio exagerado. Mas ninguém é mais exagerado do que David Morrissey: o cara tem voz de radialista a fita inteira; não parece que ele está conversando com Katherine, mas sim proclamando o Repórter Esso.
Nota: 7 

Direção: Stephen Hopkins é um premiado diretor de TV, premiado com um Emmy por The Life and Death of Peter Sellers e um dos criadores da ótima Californication, com David Duchovny. Mas seu maior mérito é na ação televisiva: é o homem por trás de 24 Horas. No gênero, dirigiu Predador 2 e Nightmare on Elm Street 5. Hopkins tende a se focar no confronto entre Katherine, atéia, e Ben, católico praticante, quase pendendo para o dramalhão. Os flashbacks da família de Katherine no Sudão, muito freqüentes no meio do filme, acabam destruindo o clima do filme, e não acrescentam nada de novo para a história. Até a quarta praga - o gado morrendo - o filme vai num crescendo adequado e criando uma ótima ansiedade, mas daí vem os flashbacks e a conversa sobre religião, e tudo vai por água abaixo. Mas Hopkins tem seu mérito: o passeio de câmera pela a cena é muito bem usado. Seria interessante de ver tal recurso em mais filmes de terror, que tendem à estaticidade.
Nota: 7 

Desenvolvimento: O filme tem várias camadas, tende à complexidade e é bastante confuso a maior parte do tempo. Principalmente porque foi editado depois de pronto: repare na cena do ataque do touro, na destruição da caminhonete e de como ela está inteira na cena seguinte. A edição entrecortada se torna um verdadeiro quebra-cabeças, e dá a impressão de que o filme avança até certo ponto apenas para retornar à estaca zero. A metade do filme - a parte dos flashbacks e da procura de Loren - chega a ser entediante. The Reaping sofreu vários adiamentos para ser lançado, e mesmo assim faltou tempo para finalizar os efeitos especiais de algumas cenas, principalmente a última, que destoa de toda a produção. A cena do rio cheio de sangue é fantástica e chocante. A diferença para outros filmes de terror hollywoodianos, é que agora existem dois segredos no final: um deles é evidente para os mais "experientes"; no outro Hopkins consegue enganar ao público e a Katherine. Aí merece palmas. Outra ousadia - para os padrões hollywoodianos - é a violência contra as crianças.
Nota: 6 

Total: 70% 

Depois de tudo: Filmes com o selo Dark Castle tem a garantia de um punhado de efeitos especiais e um ritmo bem morno. Com uma identidade visual muito semelhante entre eles, carregada de objetos coloridos e fotografia "azulada" na hora dos sustos (vide principalmente Ghost Ship, Gothika e House of Wax), os filmes da produtora de Joel Silver e Robert Zemeckis peca ainda no principal de um filme de horror: o clima. O filme é bonito de se ver, bem atuado e bem conduzido, tem uma história interessante, etc, mas não consegue criar um clima propício para assustar. A primeira aparição de Loren é a cena mais assustadora do filme; o resto é uma história fantástica/bíblica de aventura. Mesmo assim, é um bom passatempo: se tivesse sido dirigo por um diretor asiático, a história seria bem mais "chocante": todos os elementos para tanto estão lá. Mas, da bomba House on the Haunted Hill à The Reaping, a Dark Castle tem evoluido. Será que a adaptação de Whiteout vai redimir os pecados anteriores da produtora? Tem tudo pra que seja assim. 

Makeup favorito: O irmão de Loren e o seu aspecto cadavérico hehe : )

03 outubro, 2007

BEHIND THE MASK: THE RISE OF LESLIE VERNON


Gênero: Mockumentary de Terror

Ano:
2006

Com:
Nathan Baesel, Angela Goethals, Robert Englund, Scot Wilson, Zelda Rubinstein

Direção:
Scott Glosserman

Argumento:
O próximo grande slasher psicopata deu a uma equipe de documentários acesso exclusivo a sua vida enquanto planeja seu reino de terror na pequena Glen Echo. Em entrevista exclusiva, ele descontrói as convenções e arquétipos de um gênero de horror que já deu ao mundo Jason, Myers e Freddy.


A virginal Kelly usa uma arma fálica para enfrentar seu algoz 

Sinopse: Estrelado por um grupo de célebres desconhecidos misturados a figurinhinhas carimbadas dos fãs de horror, Behind the Mask… eleva a nerdice ao cubo ao imaginar como seria um filme concebido, estrelado e realizado por Randy Meeks, se este infeliz não tivesse morrido lá pela metade de Pânico. No filme de Glosserman, quem dá as dicas é o próprio assassino, Leslie Vernon (Nathan Baesel em seu primeiro papel digno de nota), que na infância foi linchado pela população local após ter matado seus pais. Trinta anos depois, Vernon, que andou treinando duro, muito duro, volta para se vingar contra a população local, escolhendo os jovens como suas vítimas em potencial.
Nota: 8 

Roteiro: Durante a primeira hora de filme, Leslie cuidadosamente disseca cada um dos clichês do gênero, preparando o campo para a carnificina que vem em seguida. Somos apresentados, em primeira-mão, a todos os processos necessários para se estripar, torturar, e detonar um bando incompetente e bastante burro de adolescentes. Leslie concentra-se, também, em criar uma conexão com sua garota Sobrevivente: a virginal que, no fim da carnificina, enfrentará-lo de igual para igual. Se não existir esta conexão, os assassinatos não terão cumprido o seu objetivo. No caso de Vernon, esta jovem é garçonete loira Kelly.

Conduzindo o documentário está a jornalista Taylor Gentry (Angela Goethals fazendo a transição de estrela infantil para a maioridade) e os cinegrafistas Doug e Todd. À medida que o filme vai evoluindo, vamos reparando mais nos trejeitos de Taylor: sua constante curiosidade, seu faro investigativo (é uma jornalista, afinal), sua ingenuidade, seu sorriso cativante… Quando a barra começa a pesar, Taylor entra num dilema profissional: deve ela tentar impedir toda aquela carnifica ou apenas continuar filmando?


Ele pode não ter um grande personagem, mas ainda sabe o que faz 

Não obstante, ficamos chocados com a idéia de que um sujeito tão agradável e boa pinta como Leslie Vernon seja capaz de fazer mal a uma mosca. Que dirá a um bando de jovens. Mas é aí que se encontra a perfídia e a genialidade de Vernon. E, neste detalhe que é bom demais para ser contado sem estragar a virada do filme, é que se encontra a motivação de um assassino em declarar seus próximos assassinatos.

Como carta fora do baralho existe o personagem do célebre Robert Englund (o Freddy em pessoa). Ele faz o papel do Dr. Halloran, o Abnegado, aquele sujeito que sintetiza em si todas as qualidades do Bem e do que é Justo, em oposição ao Mal. Porém, sua primeira aparição deixa uma dúvida quanto a um (im)provável furo de roteiro.
Nota: 8


Leslie Vernon é o próximo Jason! 

Atuação: A personagem de Angela Goethals (Taylor) é, desde o início, inocentemente manipulada por Leslie, que mostra-se amigável e despreocupado. A interpretação de Nathan para Leslie lembra muito - física e psicologicamente - a Jim Carrey e, claro, não poderíamos simpatizar mais com ele do que de outra maneira. Rober Englund, apesar de não ter um personagem bem desenvolvido, ainda é o velho Freddy: os mesmos olhos frios e ao mesmo tempo muito expressivos. Scott Wilson, como o psicopata aposentado Eugene e Bridgett Newton como a esposa Jamie estão maravilhosos! Os personagens são ótimos: Jamie é a garota Sobrevivente de uma das noites de assassínio de Eugene - e a provável razão de sua aposentadoria - que apaixonou-se por seu algoz. Eugene figura entre um dos melhores do seu tempo (os anos 1960 e 1970) e o mentor entusiasmado de Leslie Vernon.Note a data de atuação de Eugene: antes dos “garotos” Jason Voorhes, Freddy Krueger e Mike Myers revolucionarem o gênero. Os três são citados como grandes exemplos a serem seguidos pois, como comenta Eugene, transformaram-se em verdadeiras maldições, abrindo mão de suas mortalidades para adentrarem um mundo completamente novo e muito mais nocivo: o das idéias.
Nota: 7 

Direção: O filme é dirigido pelo estreante Scott Glosserman - que produziu um curta alegremente entitulado No Escape: Prison Rape -, que segura muito bem a onda. Na primeira metade do filme, estilo documentário, o diretor não abusa muito; aproveita a linguagem televisiva para contar sua história. Os momentos de "bastidores" da produção - onde a linguagem de reportagem é deixada de lado - tem uma criatividade maior de Glosserman. Seu mérito, porém, é filmar a mesma ação duas vezes, em situações diferentes, e não ficar chato.
Nota: 8 

Total: 87% 

Depois de tudo: Black Mask: the Rise of Leslie Vernon é um ótimo presente para todos os fãs de terror, principalmente aqueles que – como eu – tiveram seu primeiro contato com o gênero nas sessões da tarde do final da década de 1980, quando pérolas como Sexta-Feira 13, A Hora do Pesadelo, Primeiro de Abril dos Mortos e outros faziam a nossa alegria. É um filme de fã para fã. Ainda, é um filme para aqueles que odeiam os slashers, por todas as críticas indubitáveis deles, como falta de profundidade dos personagens, clichês, alegorias do Bem e do Mal, etc. E Behind the Mask… se torna uma raridade por isso: é muito difícil encontrar um filme que agrade tanto aos fãs quanto aos detratores de um gênero. E Scott Glosserman conseguiu esta façanha. Recomendadíssimo. 

* Esta resenha foi originalmente escrita para meu blog anterior, Lugares Escuros.

02 outubro, 2007

ROBO VAMPIRE


Gênero: Filme B de Artes Marciais, de Terror, de Comédia, de Ficção Científica, de Romance, etc  

Ano: 1988  

Com: Robin McKay, Niam Watts, Harry Myles, Joe Browne, Nick Norman  

Direção: Joe Livingstone  

Argumento: "O agente de Narcóticos Tom Wilde recebe uma segunda chance quando uma operação futurista salva a sua vida. Ele retorna à vida como um Androibot, meio homem-meio máquina. Sua primeira missão é adentrar o Triângulo Dourado para resgatar uma agente que está sendo mantida em cativeiro pelo maligno Yeung." Mas isto não é tudo! Do lado dos bandidos, um grupo de traficantes orientais passa a utilizar vampiros chineses como mulas para suas drogas. Tudo se complica quando a esposa fantasma de um dos vampiros retorna, exigindo um casamento com seu falecido. Do lado dos mocinhos, um grupo mercenário é contratado para "ajudar" a investigação do nosso herói, mas nunca toma conhecimento do mesmo. Para completar, o filme se chama Robo Vampire. O FILME SE CHAMA ROBO VAMPIRE, e se leva muito a sério!


A vampirada pula solta em Robo Vampire 

Sinopse: Esforcei-me muito para resumir o enredo do filme no argumento. Algumas informações são dadas no box do filme, infelizmente incompleto. Por mais que eu conseguisse explicar o enredo do filme, eu não entenderia, nem me batendo com um gato morto na cabeça. Isso acontece por que Robo Vampire não é UM filme ruim: são DOIS filmes ruins juntos, transformados num único graças às maravilhas da edição. O resultado é tão B, mas tão B, que um enredo que mistura TRAFICANTES JAPONESES, VAMPIROS CHINESES, UM SÓSIA DO ROBOCOP, MERCENÁRIOS TAILANDESES, O EXÉRCITO AMERICANO, UM BARÃO DA COCA EUROPEU, UM SACERDOTE PROPENSO A SE ACHAR O NOVO DR. MOREAU, UM PADRE VICIADO, UMA COROINHA GOSTOSA, UM FRANGO ASSADO VOADOR, UMA FANTASMA DE TOPLESS E UM VAMPIRO-MACACO QUE SOLTA FOGOS-DE-ARTIFÍCIO PELAS MÃOS perfeitamente aceitável.
Nota: 1 

Roteiro: Eu poderia falar abstratamente do roteiro - e utilizar vários adjetivos para descrevê-lo - mas resolvi por uma outra abordagem: a experimental. Segue um resumo em linhas gerais do filme. Desculpem-me, realmente desculpem-me, por fazê-los passar por isto. : )

O filme começa com dois soldados americanos numa missão na selva. Eles encontram alguns caixões espalhados no chão. Quando vão inspecioná-los, são surpreendidos por uma cobra saltitante (voadora, voadora! A cobra realmente voa!) e um punhado de vampiros chineses - que, prestem atenção, não são como os nossos: eles são meio necrosados (pelo menos, acho que isso que a "maquiagem" geléia de framboesa na cara deles significa) e movimentam-se por pulinhos. Os vampiros saem pulando atrás dos dois soldados, enforcam um e, quando vão atacar o outro, são atacados por um lutador de kung fu que era prisioneiro dos americanos. Pouquinho de artes marciais são exibidas terrivelmente (no mau sentido), e o vampiro sai vencedor, após detonar um pedaço de bife do pescoço do outro soldado. O lutador de kung fu desaparece tão rápido quanto surgiu e aparece na tela o título "ROBO VAMPIRE".


Acreditem ou não, mas esse frango assado vai levantar vôo logo logo! 

Corta para um bando de traficantes japoneses, carregando um navio. Um barão da coca europeu vai falar com seus subordinados japas e reclama que os porcos deram flagrante em mais uma de suas ações. "Tenho que achar uma maneira de me livrar do Tom, aquele ótimo policial", diz o fulando (guardem o nome de Tom). A idéia que ele arranja é tão óbvia que você já deve ter pensando nisso um zilhão de vezes: arranjar um monge taoísta com quedinha por ser o novo Dr. Moreau, que cria vampiros chineses para servirem de mulas para suas drogas (a cena onde drogas são "escondidas" dentro dos vampiros é antológica).

Segue a única cena PROPOSITALMENTE cômica do filme: dois empregados traficantes vão para o porão do navio/casa/onde quer que seja para alimentar os vampiros-chineses-mulas-saltitantes. Como ficam com medo deles, acabam alimentado-os a distância. Algo vai mal e os vampiros acordam, prontos para papar os dois bocabertas. Eis que surge o Dr. Moreau para salvar o dia e recolocar os vampiros para dormir.


Cenas de violência gratuita de OUTRO filme 

Corta para uma mulher escondendo drogas no bucho de uma VACA MORTA DE VERDADE. Isto não só é uma novidade em Robo Vampire, como é totalmente um novo filme. Se existem vacas mortas como mulas, por que diabos os vampiros são mulas também? Não que faça diferença: essa cena é única; não existe mais menção alguma dela no restante do filme. Então, esqueçamos que vimos uma vaca morta de verdade de buxo aberto e voltemos ao nosso filme.



Da esquerda para a direita: um executivo, um pai norte-americano e um sacerdote taoísta 

Em algum lugar, o Dr. Moreau/Sacerdote Taoísta recebe a visita de um executivo e um... um... PAI tipicamente norte-americano, com um moletom escrito "RACING". Obviamente, ele não sabe o que faz no filme, então age conforme o outro. O outro, o executivo, exige que o Dr. Moreau mostre o Super-Vampiro desenvolvido pelo nosso sacerdote. O Super-Vampiro não só possui super-poderes (como soltar fogos de artifício pelas mãos), mas também veste UMA MÁSCARA DE GORILA! Neste exato momento, surge uma fantasminha seminua que se apresenta como Christine. Nada melhor como a própria moça para explicar o que diabos está acontecendo: 

CHRISTINE: "Como ousas pegar o meu amado Peter e transformá-lo num Super-Vampiro? Agora ele está condenado a voltar dos mortos, e nós nunca poderemos estar juntos no além-vida! "  

DR. MOREAU: "Mas ele é oriental e você ocidental, como explica?"  

CHRISTINE: "Nossos pais não gostavam da diferença de raças, e por isto mesmo oposuram-se ao nosso casamento! Então nós decidimos: se não pudéssemos ficar juntos nessa vida, Peter e eu ficaríamos juntos para sempre na outra vida. Você roubou isto de mim ao transformá-lo num Super-Vampiro! Agora, meus pensamentos são de vingança!" 

Ah, tá, claro!

Bem, se você não ficou chocado com a história da fantasminha seminua, saiba que o executivo ficou. E ele propõem, então, que o casamento seja realizado. O sacerdote relutantemente aceita, com a condição de que eles o obedeçam depois. E Peter e Christine vivem felizes para sempre...

Nah!


Christine, a fantasminha semi-nua 

Muito possivelmente no dia seguinte, o sacerdote é emboscado por um grupo de soldados americanos. Ele conjura vários vampiros - que saem de debaixo da terra - para livrar-se da encrenca. No meio da luta, Peter/Super-Vampiro/Gorila mata um dos soldados com os fogos de artíficio que saem de suas mãos. O soldado morto - que descobrimos se tratar de Tom, o personagem principal do filme, mencionado EM UMA FRASE anteriormente - é levado de volta para o QG da tropa, onde passa por um moderno procedimento científico e torna-se o Robo do título.


A moderna máquina de fazer androibots 

Esperem! Antes, rola um monólogo fantástico de algum sujeito que aparece pela primeira vez. Ele vira-se para um soldado com aparência de adolescente e diz: "Como Tom está morto, eu desejo usar seu corpo para criar um robô tipo andróide, Sr. Glen. Gostaria que você aprova-se minha aplicação". Mr. Glen - o adolescente - concorda.


Na sala de cirurgia, no meio de avançados equipamentos médicos como um rádio com sinais de + e de - e uma furadeira elétrica, Tom é transformado numa mistura de Robocop com lixeiro. Todas as partes que deveriam ser de metal em sua armadura transforma-se em nylon, papelão e papel alumínio.


Tremei Murphy! 

Chegamos a um terço do filme. Ufa!

Aparece então uma cena de violência aleatória. Esta é uma cena do OUTRO filme, qu está prestes a começar! O outro filme não tem traficantes japoneses, vampiros chineses, um sósia do Robocop, o exército americano, um sacerdote com propensão a se achar o novo Dr. Moreau, um frango assado voador, uma fantasma de topless e um vampiro-macaco que solta fogos-de-artifício pelas mãos. Mas tem um grupo de mercernários tailandeses, um barão da coca europeu, um padre viciado, uma coroinha gostosa e um bando de caras que luta kung-fu muito bem (ao contrário do outro filme).


Hmm! Padre safadinho! 

De qualquer forma, eis o que acontece: aparentemente, na COLÔMBIA ou no MÉXICO, um bando de caras que nunca vimos antes invade uma "igreja" (na verdade, uma salinha com uma cruz e um banco) e perguntam ao Padre onde está a droga deles. O Padre se faz de besta e tenta esconder a droga (na cruz - será uma crítica à Igreja Católica aqui? Naaah!). Eis que é descoberto e atacado pelo grupo. Surge, então, para delírio do macharedo, a Coroinha Gostosa (que mais tarde saberemos que se trata de Sophie), com um AR-15 metendo chumbo no bando de mau-encarados. Encurralada dentro da salinha, não resta à Sophie nada a não ser saltar pela janela, na cena de dublê mais fajuta da história: não só o dublê não é uma mulher e branca; o dublê é UM HOMEM ASIÁTICO DE BIGODE, MAIS VELHO E MAIS BAIXO do que Sophie. E, Meu Deus, ele é claramente perceptível sem a necessidade de slow-motion.


Coroinhas gostosas viram sujeitos baixinhos e bigodudos ao pular janelas.
Tem algo errado aqui, não? 

A Coroinha/Sophie é levada então para uma prisão ou um acampamento, onde é presa e violentada. Também é torturada, com a mais maligna de todas as torturas já exibidas em filmes: a TORTURA DO PINGO. Isso aí! A água fica pingando incessantemente em seu rosto - o que aparentemente é horrível, pois ela fica mexendo a cabeça de um lado para o outro e implorando para que parem.

Enfim, no meio da selva, um soldado americano (acho que é o Glen, se não me perdi no meio de tantos personagens sem nome) fala com um sujeito que nunca apareceu antes sobre Sophie. Não só o sujeito não apareceu antes, como esse sujeito NÃO FAZ PARTE DESSE FILME. Ele está numa locação completamente diferente, com uma iluminação completamente diferente, olhando para um lugar completamente diferente de Glen. De qualquer forma, graças ao Editor sem-nome e aos intrépidos dubladores (o filme não tem créditos finais), ele concorda que precisa fazer algo para salvar Sophie. Então, contrata um grupo de mercenários tailandeses liderado por Ryan para dar conta do recado.

No filme número 2, que se passa na Colômbia, o grupo de mercenários tailandeses encontra um sujeito com a mesma tatuagem na mão que segura Sophie na foto que usam como identificação da moça (que foto?). Tiram o sujeito da sua queda-de-braço matinal e fazem com que ele se junte ao grupo. Com o passar do tempo, o sujeito encontra-se tão à vontade com seus novos amigos que até afirma querer vingar-se do seu antigo chefe. Na mesma seqüência, surge também uma garota japa que vai apaixonar-se pelo herói do filme #2, Ray, após ele passar-lhe a irresistível cantada: "Que bela vista! Você deveria banhar-se mais seguido!". Garotão!


"Que bela vista! Você deveria banhar-se mais seguido!" 

No filme #1, Robo/Tom - segundo o argumento no box do DVD - também está atrás de Sophie. Não que ele saiba disso. Em certo momento, o Robo é emboscado pelos traficantes japas, que metem um foguete de napalm nele. Como o napalm só queima numa linha horizontal reata, Tom (isso é o Robô, não se perca!), resolve esconder-se atrás de um banco de areia. Quando as chamas apagam, ele sai do esconderijo e é surpreendido por um bando de vampiros - que até então estava enterrado na praia. Como o Napalm não funcionou, os sujeitos do filme #2 resolvem detonar Tom com um lança-foguetes. O Robô explode, mostrando para nós que ele não era nada além de um boneco de pano. Mas nem tudo está perdido! De volta ao QG dos americanos, o Robô é novamente reconstruído e sai para a batalha.

Na Colômbia, Ray e o pessoal do filme #2 se depara com uma cidade arrasada após um sujeito não querer dar sua cerveja para um brutamontes armado. O brutamontes armado e seus comparsas também brutamontes e também armados detonam o vilarejo, deixando todos mortos. Na sua passagem pelo local, os heróis do filme #2 deparam-se com um garoto - que prontamente é despachado pelo Sujeito-Fardado-de-Aluno-do-Colégio-Militar, único que viu uma granada nas mãos do menino.

De volta ao filme #1, nosso amigo Robo/Tom está recuperado e já em busca dos vilões. Ele depara-se com Christine/Fantasma e seu marido Peter/Super-Vampiro/Gorila... fazendo amor. Ou, pelo menos, é o que dizem. Na verdade, eles estão dando saltinhos e esfregando as mãos. Mas, quando são pêgos pelo robozão, Christine implora: "Não nos mate, nós nos amamos! Você pode nos matar quando nosso amor for consumado!". Peraí, eles já não estão mortos? Quando o amor deles for consumado? Como assim? Tom não tem tempo de pensar nesses assuntos, já que sua memória entrou num processo de flashback, onde ele se lembra de quando seu amor terminou com ele. No flashback, Tom tem a voz do Xerxes e sua namorada soa como um robô que apenas repete: "Deixe-me... sozinha...". O que importa no flashback - ACHO! - é que Tom associa amor à dor, e resolve acabar com os dois amantes do mesmo jeito.


Aprenda geografia com Robo Vampire: a Colômbia faz fronteira com a China, e Tóquio é rodeada por florestas sub-tropicais! 

Infelizmente, somos cortados para o filme #2, onde nossos personagens parecem estar bem próximos da fronteira entre a Colômbia e a China, já que estão sendo perseguidos pelo Barão da Coca Europeu em pessoa (ele não fazia parte do outro filme? Ah, edição, edição). Em certo momento, Ray faz uso de seu magnífico .38 e mata, com um só tiro, três bandidões. Então ele pega sua namorada japa e pula para dentro de um periférico, por onde finalmente cruza a fronteira. Isso faz com que esqueçamos do ridículo da cena anterior onde, resumindo, uma fantasma e seu amante vampiro-gorila pediram a um robô caçador de traficantes que não os matassem antes de terminarem sua trepada.

Repetindo:
NA CENA ANTERIOR, UMA FANTASMA E SEU AMANTE VAMPIRO-GORILA CHINÊS PEDIRAM AO ROBÔ CAÇADOR DE TRAFICANTES QUE NÃO OS MATASSEM ANTES DELES TERMINAREM SUA TREPADA!  

Mais uma vez:
NA CENA ANTERIOR, UMA FANTASMA E SEU AMANTE VAMPIRO-GORILA CHINÊS PEDIRAM AO ROBÔ CAÇADOR DE TRAFICANTES QUE NÃO OS MATASSEM ANTES DELES TERMINAREM SUA TREPADA!

Sacou?


A fantasminha fica nua para encarar o sacerdote taoísta! 

Por óbvios caprichos de edição, o pessoal do filme #2 vai parar no acampamento/prisão onde Sophie está presa. Logo eles encontram-se também precisando de ajuda, mas logo a recebem e dão um jeito de quebrar todo mundo. Eles soltam Sophie e a livram das garras do Chinês-Canastrão que a mantinha em cativeiro, e então estão prontos para deixar o filme para sempre.

Corta para o Robo/Tom dando um rolê por Tóquio (TÓQUIO?) à procura de traficantes japas para meter bala. Ele depara-se com Christine e Peter, que parecem ter esquecido ou consumado seu ato sexual, pois estão prontos para rasgar o papel alumínio do robozão. Eles recebem a ajuda de mais alguns vampiros (e do Pai norte-americano, o "Racing"!), e dão uma sova em Tom, que de alguma maneira consegue se livrar de todos - menos Peter, o Super-Vampiro. Começa então a cena de perseguição mais rídicula da história, já que Peter - que vai na frente - apenas pula e Tom - que vai atrás - caminha feito o Robocop Gay. Em algum momento da perseguição, em alguma ponte de Tóquio, Peter depara-se com um bando de turistas ocidentais e pega alguns dele como reféns.

Dr. Moreau/Sacerdote Taoísta, que há tempos não dava a cara, aparece para o acerto de contas com Christine, que finalmente fica com os seios completamente à mostra. Com um dedinho, o Sacerdote derruba Christine/Fantasma Nua no chão, que começa a ter um ataque de risos e morre. De novo.

(Não me perguntem como acaba o seqüestro, porque eu não sei)


O robozão e seu lança-chamas!



Então Tom/Robô é encurralado (novamente) no meio de Tóquio pelos vampiros e o Sacerdote. Há o confronto final entre Tom e Peter, que dura 20 segundos, e resume-se numa patética seqüência de Peter/Super-Vampiro levantando os dedos e atirando fogos-de-artifício sem resultado seis vezes seguidas. Percebendo que sua maior criação está fraca, o Sacerdote começa a orar por ajuda, quando é atacado por Christine/Fantasma Seminua (vestida de novo!), que voltou dos mortos mais uma vez para vingar-se. O cara morre e então algo explode, e Robo/Tom percebe que sua arma não é um fuzil, mas sim um lança-chamas, e bota fogo em tudo.


THE END.


É isso aí! 

Nota: 1 

Total*: - 198% 

Depois de tudo: Vocês notaram que o filme acaba com várias perguntas em aberto? Pois bem. Já que o filme TINHA que ter 90 minutos (e tem, cravados), e eram dois filmes, o jeito foi usar um pouquinho de cada. O que aconteceu com o barão da coca? E Sophie? O grupo de mercenários? Afinal, que diabos aconteceu no filme? Quando vi Robo Vampire pela primeira vez, em 2003, junto do meu tio, tive a clara sensação de que se tratava de um filme único. Na época não entendia inglês muito bem, e fiquei realmente confuso no meio de tanta coisa acontecendo. Por algum motivo muito estúpido, também não havia me dado conta de que se tratava de dois filmes misturados. Isto ficou muito mais claro agora. Continuo com uma certeza: Robo Vampire, do jeito que está, é o pior filme do mundo! O filme não apenas é mau atuado, como em nenhum momento nós temos noção da onde se passa a ação, quanto tempo decorreu desde dado fato, quem são os mais de trinta personagens que povoam a tela, etc. Aliás, Livingstone, se você quer que tenhamos pena pelo personagem principal, Tom, faça-o aparecer mais do que uma frase em cena antes de matá-lo!


Seqüência?: Vocês não sabem da melhor parte! Aparentemente, Robo Vampire tem uma seqüência, filmada um ano antes! \o/ (sim, ANTES. Eu não escrevi errado!)


Cena favorita: todas! Leiam acima!


* Como filmes B tem suas cotações invertidas, e Robo Vampire são dois filmes juntos, sua nota foi duplicada. Sim, ele conseguiu duas vezes a nota máxima!