24 novembro, 2007

I KNOW WHO KILLED ME


Gênero: Terror porno-tortura

Ano:
2007

Com:
Lindsay Lohan, Julia Ormond, Neal McDonough, Brian Geraghty

Direção:
Chris Sivertson

Argumento:
Uma cidadezinha idílica é virada de pernas pro ar quando Aubrey Fleming (Lohan), uma brilhante e promissora jovem, é raptada e torturada por um sádico serial killer. Ela consegue escapar e, após recobrar a consciência no hospital, insiste que não é Aubrey, mas sim Dakota, uma stripper sem futuro. 

Depois de tudo: O filme mais grenal que alguém pode ver. Imagino a sala de pré-produção de I Know Who Killed Me: "Assim, elas são duas, tá ligado? Então... tudo que se refere a uma delas é azul, e tudo o que se refere a outra é vermelho, saca?". Provavelmente o produtor deve ter dito algo como "G-E-N-I-A-L!". Agora sério: essa é a idéia mais esdrúxula que alguém poderia ter em relação a linguagem cinematográfica. Uma coisa é utilizar a fotografia e a iluminação com gelatina para criar cenas diferentes, com atmosferas diferentes - e até introduzir um código visual referente a estas cores, como acontece em The Descent - outra é abusar do figurino e das locações propositalmente coloridas. Soa falso. Por exemplo, o carro de Aubrey é azul. O iPod de Aubrey é azul. Aubrey veste roupas azuis. O quarto de Aubrey é azul. O namorado de Aubrey tem olhos azuis, usa luvas azuis e jaqueta azul. Aubrey ganha do namorado uma rosa azul. O time de futebol do colégio de Aubrey é azul. O notebook de Aubrey é azul, assim como seu caderno e sua lapisera. Também é azul a cor da lâmina das facas do bandidão. Já as roupas de Dakota são vermelhas. O esmalte das unhas de Dakota é vermelho. A casa de Dakota é vermelha. As roupas de cama de Dakota são vermelhas. O bar onde Dakota dança tem iluminação - advinhe! - vermelha. Entenderam? Chato, não é mesmo?

Para além da overdose cromática, o filme até é legalzinho: a história é previsível, mas torna-se interessante pelos fatos (verídicos!) nos quais foi baseada. A história sobre os irmãos gêmeos estigmatizados (que sofrem danos físicos simultaneamente e na mesma região) e a história sobre a previsão na ficção de um mistério que depois torna-se real (como aconteceu com o Titanic, previsto 14 anos antes pelo romancista inglês Morgan Robertson em seu conto Futility) já faz parte da coleção moderna de mitos "inexplicáveis". E, ceticismo de lado, todo o mito é um inesgotável repositório de idéias para autores antenados. Poderia dizer que o roteiro - mesmo bobinho - é o que salva I know who killed me, mas estaria sendo injusto com Lindsay Lohan que - além de linda - tem se mostrado uma habilidosa atriz. 

Roteiro: 6 Atuação: 7 Direção: 6 Fotografia: 3 
Total: 55% 

Lendo hoje, acho esta a pior das resenhas desse blog. Bem banal. Nos dois anos que estive longe do blog - mas continuei fichando os filmes - comecei a achar idiota esse lance de dar nota. É algo meio sem parâmetros. Até por que se acho um filme 90% hoje, amanhã posso achá-lo 60%. Portanto, não esperem por mais notas da minha parte.